Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Desportivo fala sobre o trabalho da entidade
MNM entrevistou o Dr. Wladimyr Camargos, recém-empossado como presidente da nova entidade criada na área do Direito Desportivo, a Sociedade Brasileira de Direito Desportivo- SBDD. Ele conta quais são os motivos da criação, seus projetos e aborda outros temas relacionados.
Leia abaixo:
Quais os motivos que o levaram a criar a SBDD?
A Sociedade Brasileira de Direito Desportivo – SBDD – foi criada a partir da iniciativa de grupos de estudos e pesquisas que se reuniram em maio de 2014, em Goiânia – GO, durante o I Simpósio Científico de Direito Desportivo da UFG. Os pesquisadores ali reunidos lançaram a Carta de Goiânia com uma série de diretrizes para o fortalecimento do ensino e a investigação na área, dentre elas a criação de uma entidade representativa dos signatários, com enfoque acadêmico, ou seja, a SBDD. As duas outras organizações nacionais (IBDD e ANDD) também firmaram a Carta, de modo que houve um entendimento em torno de uma verdadeira divisão de atribuições entre as três entidades.
Quais são os projetos que a SBDD possui para 2016?
Após a exitosa realização do I Congresso Brasileiro de Direito Desportivo da SBDD, em dezembro passado, na FGV Direito Rio, nosso maior desafio é a consolidação da entidade. Para tanto, além de uma campanha nacional por novas adesões de membros e grupos de pesquisa, queremos estreitar as relações da SBDD com os órgãos governamentais voltados ao apoio à investigação científica. Manteremos nosso site atualizado, o que também é uma meta importante.
Qual a contribuição que a SBDD pode dar para o esporte brasileiro?
Sempre que se valoriza a interlocução entre o meio acadêmico e sua base de estudo, ou seja, entre os pesquisadores da área e os profissionais que atuam diretamente no esporte (atletas, equipes técnicas, dirigentes e entidades de prática e administração), propiciamos um melhor horizonte para a investigação e ensino na área. Assim, sempre será possível um melhor desenvolvimento científico tanto do direito como do esporte.
O Direito Desportivo ainda não obteve o devido reconhecimento como disciplina autônoma pela academia. Como fazer para que isso aconteça?
É preciso ter duas frentes de atuação, como a SBDD vem se propondo: formação docente e estímulo à publicação de estudos epistemológicos na área do Direito Desportivo. Existe quase que uma ausência de professores universitários neste ramo das ciências jurídicas. A edição de textos mais densos do ponto de visto acadêmico também é um desafio cotidiano.
Como fazer para estimular os estudantes de direito a se interessarem pelo Direito Desportivo?
Estamos com a grande chance. O Brasil é o país do esporte mundial na presente década. Sem dúvida que os Jogos Olímpicos do Rio serão de suma importância para despertarmos o interesse pelo Direito Desportivo.